Livro: A Arte de Morrer Longe


Sinopse: 
Situemo-nos num quadro familiar, comum aos nossos dias, de um jovem casal citadino, a viver lá para os lados do Lumiar, frequentadores da Avenida de Roma: «Chamavam-se Arnaldo e Bárbara, andavam pelos trinta anos, eram empregados de escritório, e cada qual estaria, segundo informação mais aludida que confessada, “interessado” n’outrem.» A decisão sobre que destino dar a uma tartaruga doméstica acompanha o quotidiano deste casal desavindo, funcionando como o último elo de ligação à espera de uma solução jeitosa. A solução tarda, e entretanto o casal vai vivendo com partilhas comuns mais ou menos agrestes.

A minha Opinião:
Cheio de pormenores e detalhes de locais e personalidades lisboetas, a vida e a rotina diária de um casal trabalhador e que na urgência e no sonho de querer sair da normalidade chegam à conclusão de que devem se separar. Só que na  divisão dos bens que têm em comum há uma tartaruga, um pequeno animal que nenhum quer e que ninguém quer. Todas as várias tentativas de se verem livres da tartaruga têm efeitos na vida do casal, levando-os novamente a uma pequena proximidade. No entanto, e para quem está solteiro, sabe que existem sempre aqueles fiéis amigos (?) que tentam sempre arranjar um arranjo com a secretária do piso 2 para ajudar a esquecer ou que metem veneno na mente e dizem que 'ele tem é outra' o que leva a um novo distanciamento.
A tartaruga essa, alheia a tudo o que se passa, acaba por ganhar a liberdade de um modo estranho, longe de tudo mas sendo a responsável pelos equívocos e união do casal. 
Leitura leve e ideal para um final de tarde solarengo.


"São os paradoxos da vida, que o facto de sermos habitualmente mais exigentes no julgamento dos nossos que dos outros não explica inteiramente. (...) Para sermos diferentes e desparadoxados era preciso passarmos a uma nova fase de desenvolvimento da humanidade e já não vamos a tempo."



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